No ensino médio sim porque eu era mais ingênuo, não ligava para as loucuras sociais e individuais, só queria curtir. Na faculdade houve uma ruptura total, o que me fez reagir a toda inutilidade intelectual, discussões estéreis, militantes esquizofrênicos como feministas, e por obviedade já não me dava bem com a grande maioria, e me sinto maravilhoso por isso
Sempre detestei escola. Sempre fiz parte dos excluídos.
Na primeira infância era um pouco mais tolerável, porque embora os meus colegas fossem horríveis, eu gostava dos professores. Da quarta série em diante, foi ladeira abaixo. Professores mal-educados e grosseiros constrangeram-me inúmeras vezes, o que me fez desacreditar da experiência educacional, de maneira geral. Um ou outro ainda deixaram alguma marca positiva, mas tinha certeza de que odiava escola.
Apesar disso, era pressionado pela família, então, para evitar reclamações, fazia o mínimo necessário. Na universidade, as coisas melhoraram um pouco. Voltei a ter professores bons, ou, melhor dizendo, professores que se concentravam em dar aula, mais verdadeiramente interessados em ouvir alunos e produzir conhecimento do que em constranger, perseguir ou reproduzir os discursos do currículo aprovado pelo MEC. Pela primeira vez, depois de muito tempo, senti que havia algum sentido em me dedicar à minha curiosidade natural pelo estudo.
Mas a essa altura eu já havia sido moldado por muito tempo pelos hábitos. Fiz alguns amigos, mas nunca fui muito próximo de ninguém, e o meu interesse maior era realmente em me formar para trabalhar, ter uma casa própria e investimentos para poder me aposentar sem me preocupar. E é para isso que tenho trabalhado.