No momento, não acho que vale à pena.
A menos que a quantidade de polegadas seja muito alta, qualquer televisão 4K tem densidade de pixels boa o suficiente para representar com alta fidelidade qualquer imagem.
Uma boa televisão 4K, com alta taxa de atualização (120Hz) e baixa latência (< 4ms) é um investimento que oferece mais benefícios a curto e médio prazo.
Isso porque, primeiramente, não há conteúdo 8K amplamente disponível para consumo; na prática, o conteúdo que você vai assistir normalmente terá qualidade de no máximo 4K, e será upscaled (redimensionado) para a resolução maior, o que tem como efeito a perda de fidelidade da imagem. Dependendo do método (bicúbico/bilinear, máscaras de nitidez, realçamento de borda, filtros passa-alta, upscaling baseado em IA), a imagem pode ficar borrada, sofrer haloing (auras contornando os objetos), ou mesmo incluir artefatos inexistentes na versão original.
O mesmo vale para videogames e jogos, com o agravante de que o custo de produzir painéis com baixa latência e alta taxa de atualização (importante para jogos) aumenta proporcionalmente à resolução.
Além disso, streaming nativo de 8K é complexo. São 7680 x 4320 pixels. A uma taxa de 30 frames por segundo, isso requer 23.8 Gbps (ou 23.800 Mbps) de largura de banda para trafegá-los sem buffering. A uma taxa de 60 frames por segundo, o valor dobra: 47.6 Gbps.
Nenhuma Internet no Brasil tem esse throughput. Por isso, são necessários algoritmos de compressão extremamente eficientes para tornar o streaming viável. Um codec de edição, como H.264 ou H.265, e a transcodificação (VP9 ou AV1) para gerar trilhas com bitrates diferentes para diferentes larguras de banda. Tudo isso gera perda de qualidade no processo.
No fim o que você vai assistir é próximo dos 4K.