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28  28/11/2025 13h02

Fico revirando o passado com essa insistência quase patológica, como quem raspa uma ferida já cicatrizada só para sentir, de novo, aquela dorzinha familiar que dói mas identifica. Porque, para mim, até os piores momentos (e foram muitos, uma sequência de frustrações e erros) se tornaram lembranças luminosas, como se a desgraça tivesse hoje algum tipo de textura reconfortante, mais real do que qualquer vitória ou estabilidade recente que, veja bem, eu deveria celebrar, mas que só consigo experimentar como uma espécie de anestesia.

E é aí que começa o desespero crônico, esse pânico abafado que não explode nunca, apenas vibra, como se eu estivesse dentro de uma jaula de aço fosco, encaixada no meio de duas montanhas absurdamente altas, e cada grito meu. e eu grito, mesmo sabendo que ninguém vai ouvir. ricocheteasse numa eternidade acústica tão perfeita que o eco parece zombar de mim. E o pior: são as memórias que torturam, como um filme caseiro que, justamente por ser banal, se transforma num objeto de veneração. Um filme que eu sei, com certeza ontológica, que nunca mais poderei rever com o mesmo corpo, o mesmo cérebro, a mesma química interna. E isso me rasga de um jeito tão específico que chega a ser ridículo: eu sinto saudade até da parte da minha vida que eu jurava odiar.

Porque a verdade ultrajante, quase ofensiva, é que minha vida durante muitos anos foi uma porcaria monumental. Nada funcionava. Tudo emperrava. Eu tentava avançar e batia, ritualmente, naquela parede de tijolos. E, mesmo assim, especialmente nos anos de 2016 e 2017, há algo neles que continua me chamando como um cântico. Algo que me convence a revisitar aquelas músicas, aqueles filmes, aquelas estéticas, como se eu pudesse, num ato de pura teimosia emocional, destilar um décimo mínimo, microscópico, do que eu sentia quando tudo era uma merda gigantesca, mas era, pelo menos, uma merda viva, pulsante, absolutamente minha.

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elas respondem
anônima
anônima
28/11/2025 12h58
Sim e tenho flashback do rancor eu estou bem e do nada lembro algo q me falaram ou me fizeram a anos atras e fico me sentindo vazia pra caramba. Eu emocionalmente sou infelizmente doente destruída
eles respondem
anônimo
anônimo
28/11/2025 13h02
Eu sentia muita falta da minha primeira namorada, eu não tinha inteligencia emocional, era um bobão, fiquei quase um ano todos os dias lamentando o término, até que então ela veio falar comigo, e voltamos, nisso parece que eu tive um alivio tão imenso, uma paz no meu corpo e na minha mente, mas não passou um mês e eu vi todos os problemas que tinha, como se tivesse voltado no passado e pensei "pq eu sofri tanto por isso? eu ja sabia que era ruim mas porque eu achava que era bom?" e então eu terminei, e foi MUITO mais facil lidar no segundo término! (isso a 10 anos atrás).
Eu terminei meu segundo relacionamento tem tem 3 meses, vou começar a namorar muito provavelmente amanhã com outra guria, e sei que estou em uma encruzilhada, se eu realmente começar a namorar é o ponto final definitivo desse ultimo relacionamento, e sei que vou sentir muita falta dele, mas não estava bem, porem meu cerebro vai fazer como se estivesse.
Resumindo: a vida é uma bosta e jogamos contra nosso proprio cerebro.
28/11/2025 12h55
Todos os dias, é um passado sombrio que ainda me deixam sequelas, e não sei se serão cicatrizadas algum dia.
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O que faria com um colega que furtou um objeto seu?
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Quando um homem desconhecido mas é da si mesma cidade e estado te pede solicitação no insta pra seguir vc vai