Bom dia, tá-se bem?
Desde a nossa última conversa o Paulo falou comigo sobre a maneira com a qual eu a tratei e fez-me perceber que extrapolei em nossa discussão. O que eu disse-lhe passou dos limites de uma forma que eu não consigo sequer mensurar e desde então tenho martelado a minha cabeça todos os dias em sinal de arrependimento.
Eu compreendo que estava tão somente a cumprir suas obrigações como trabalhadora e que não deveria ser atacada por isso, independentemente de qualquer situação. Eu estava muito zangado naquele momento e por uma infantilidade tamanha decidi projetar minhas frustrações e inseguranças em você, uma vítima da minha pobreza de caráter e descontrole emocional.
Eu não estou a escrever-lhe esta mensagem em espera de que possa perdoar-me, à vista de que o que eu falei-lhe não tem perdão. No seu lugar, se quer saber na realidade, eu próprio não me perdoaria. Também já trabalhei com atendimento ao público e passei por casos ainda piores, logo imagino como deve ter-se sentido quando a desrespeitei de forma tão grotesca e gratuita.
Apenas quero que saiba que sinto imenso, que aquela situação não me passou em branco e que, se eu pudesse, voltaria no tempo para que pudéssemos recomeçar, ainda mais por você ser amiga do Paulo, alguém que considero muito.