Esse individualismo, ao contrário do que a mente progressista contemporânea pensa, é fruto da escravidão do atual estado do capitalismo. É uma escravidão tão atroz, tão perversa, que o escravizado sequer sabe que é um escravo. Na cabeça desse coitado ele é um ser independente, livre das amarras sociais conservadoras porque pode gastar o próprio dinheiro com o que quiser - - ele goza da pequena dose de liberdade que o metacapitalista o concedeu.
Para ilustrar melhor e não ficar tão abstrato. Pensa em uma mulher com seus 30 anos de idade, que ganha um salário de 20 mil reais. Servidora pública, médica, goza de um poder financeiro inexplicável. Mas ela não tem família, não tem marido, não tem filhos e pensa que estas coisas seriam empecilhos para a progressão de sua carreira. Ela gasta o próprio dinheiro com viagens internacionais, iPhone do ano, restaurantes caros, e tudo isso com muitas fotos para postar no Instagram.
A primeira vista, essa vida parece um sonho de mulher independente e forte. Mas, se você observar a fundo, o que motiva ela a acordar todos os dias, a ir trabalhar? Bens materiais. Plástico, ferro, aço, silício. O iPhone 17. O Byd Seal do ano. Tudo que move essa mulher é matéria, é consumo, é fruto do capitalismo que promove obsolescência programada para essa coitada ter sempre o que perseguir. Afinal, ano que vem sai o IPhone 18, então ela terá novamente um porque acordar para trabalhar.