A raça Pit Bull deveria ser proibida?

Dentre os animais que mais causam mortes ou ferimentos graves no Brasil, os cães se encontram em 3° lugar, atras de escorpiões e serpentes.

De todos os 10 animais do ranking de mortes no Brasil, o cão é o único que qualquer pessoa pode adquirir e manter livremente dentro de casa, sem qualquer controle, curso ou responsabilidade técnica.
Ou seja, o Estado exige autorização para ter um animal silvestre que dificilmente mataria alguém (como uma jiboia não peçonhenta). Mas não exige nada para ter um cão de 40 kg, com mandíbula capaz de exercer 300 kg de pressão, frequentemente envolvido em ataques fatais.

Em praticamente todos os outros casos de risco animal, a sociedade adota protocolos de prevenção e políticas públicas claras:
Escorpiões e aranhas são combatidos com campanhas de controle e coleta;
Serpentes exigem autorização do IBAMA e manejo técnico;
Morcegos são monitorados como vetores da raiva;
Mesmo sendo o único animal doméstico capaz de matar um adulto saudável sem veneno, sem arma e sem ferramenta, o cão é socialmente tratado como inofensivo.

A sociedade pune o dono depois que o ataque acontece, mas nada exige antes.
Não há curso, licença, seguro, nem registro obrigatório, mesmo para raças com histórico de ataques fatais.
Todos os animais que representam algum grau de ameaça à vida humana são reconhecidos, regulados e tratados com precaução, exceto o cão.

É importante deixar claro que a defesa da proibição ou controle da raça pit bull não se trata de aversão aos cães, mas de proporcionalidade de risco. O argumento não é “acabar com os cães”, e sim reconhecer que nem todo cão oferece o mesmo potencial de dano.

Estudos dos EUA (2005-2019), compilados por organizações como DogsBite.org, mostram que cães causam a maioria das mortes por mordidas e que cerca de 65 % dos casos fatais envolvem pit bulls.

É reconhecer que, entre centenas de raças, essa é a única cuja falha de controle representa ameaça direta e plausível à vida humana.