Não faço ideia. Num cenário mais otimista, valorizaria cada segundo da minha independência, principalmente as coisas mínimas que a gente nem se dá conta, como colocar meu próprio prato de comida, poder abrir o guarda-roupas e escolher a cor da roupa que vou vestir, ver o nascer e o por do sol, atravessar a rua sem me preocupar. Depois iria viajar, dirigir por aí sem rumo. A outra opção, provavelmente, é ficar muito deprimida e ir de arrasta depois.
Eu trataria de reforçar os laços com as pessoas que serão importantes para mim quando a cegueira chegar definitivamente. Também aprenderia desde já a lidar com as tecnologias assistivas e criaria um ambiente seguro, inclusive no trabalho
Eu já pensei sobre isso.
Quando eu era mais novo eu sentia um calafrio na espinha.
Hoje não sinto mais, acho que lidaria bem com a cegueira.
Quanto à questão financeira, daria pra "sobreviver" com o auxílio do governo ou da minha família.
E as demais questões como acessar a internet, desenvolver um relacionamento, ou até trabalhar, bem... Eu ficaria cego né, infelizmente eu teria que aceitar que certas coisas que eu fazia antes eu talvez não consiga fazer denovo, pelo menos, não do mesmo jeito, e talvez com dificuldades absurdas.
O mundo não é construído para pessoas especiais, infelizmente.
Caraca, mano. Sinceramente, não sei nem o que responder direito. Mas uma coisa eu tenho certeza: a morte nunca é solução para nada. Tem muita gente cega por aí vivendo a vida de boa, se adaptando e até conquistando coisas incríveis. Então, fica firme, porque ainda tem muito caminho bom para você trilhar.