Amor é dor. Mas quanta dor Grace poderia suportar, sabendo que a pessoa que amava nunca a amaria de verdade? Aqueles olhos…(os três pontos significa uma pausa no pensamento de autor, tipo pausa dramática) sempre cheios de paixão — mas nunca por ela. Amor? Ela havia parado de ansiar por algo real há muito tempo. Atlas era tudo: sua razão para acordar, para respirar. Mas o que tinham não era amor, era uma ilusão frágil, uma obra-prima de engano pintada com pinceladas de desespero.
Quanto tempo até ele perceber? Até ver que estava sendo manipulado? Ela sabia — e ainda assim não conseguia soltá-lo. Deixá-lo ir? Nunca.
Ele era tudo para ela. O único para ela. O mundo inteiro, seu próprio céu, seu próprio inferno. Sua dor e sua cura. A pessoa que a dilacerava e a reconstruía em igual medida.
“Olá, meu amor”, murmurou Grace, voz suave como seda, estendendo a mão para acariciar o rosto dele. O gesto era terno, o sorriso doce. Mas dentro dela havia uma tempestade: medo, desespero, a certeza de que um dia aquela fachada ruiria.
Ainda assim, não parava. Não podia. Ela o amava demais — mesmo que esse amor fosse apenas uma mentira que os mantinha acorrentados.
Contexto: Grace não tem nenhum familiar vivo, e tem apenas uma amiga.