Eu conheci uma mina que falava com os cachorros como se eles fossem humanos.
Ela era tipo uma Jedi da fofura animal, só que com mais estilo e menos sabre de luz. Antes de todo mundo achar isso esquisito, ela já estava lá, no meio da rua, debatendo filosofia com o pug da vizinha. Mas não era qualquer debate: era sobre economia global, inflação e se a ração de frango valia mais que a de carne. Todo mundo passava olhando com cara de “essa pessoa tá maluca”, mas ela nem ligava, e os cachorros prestavam atenção como se fossem alunos aplicados.
Um dia, eu estava passando pela praça, tomando sorvete de chocolate, e ouvi ela gritando com um pug: “Não, Bobinho, a crise não é culpa da padaria!” Só que, no meio dessa conversa filosófica, surge um pitbull gigante, do tamanho de um cavalo de verdade, correndo e atacando todo mundo na praça. O caos foi imediato: crianças chorando, mães gritando, gente tentando salvar o sorvete… e eu? Eu só fiquei congelado, tipo estátua, observando o desastre.
Aí ela entra na cena como se fosse a protagonista de um filme de ação: caminhou até o pitbull, sem medo, deu um suspiro profundo e disse: “Calma, Rex. É só terça-feira.” E vocês não vão acreditar… o pitbull parou. Olhou pra ela, abaixou as orelhas e deitou. Foi como se um feitiço tivesse sido lançado. Eu fiquei com a boca aberta, tropecei no meu próprio tênis e só consegui balbuciar: “Como você fez isso?”
Ela deu de ombros, com aquele sorriso que mistura orgulho e “eu faço isso todo dia”: “Treino diário de carisma canino, querido. Não é pra qualquer um.” Depois disso, eu fiquei fascinado. Comecei a acompanhar ela todos os dias, aprendendo técnicas de negociação com cachorros bravos, meditação para pugs ansiosos e até a arte de discutir com chihuahuas sobre política internacional.
Hoje, a gente é tipo um duo lendário: eu, que aprendi a sobreviver a ataques de pitbulls sem perder o sorvete, e ela, que transforma qualquer cachorro furioso em amigo. A praça nunca mais foi a mesma.