O Brasil tem uma tendência histórica de invisibilizar a violência contra homens, especialmente em contextos como abuso sexual, violência doméstica, saúde mental e até suicídio. Não é que os dados não existam, mas eles são raros, incompletos ou pouco divulgados.
Exemplos:
- Estupro de homens: Pouquíssimos dados oficiais. A maioria dos registros se concentra em mulheres e crianças, e quando homens são vítimas, muitas vezes não denunciam por medo de estigma ou descrença.
- Violência doméstica contra homens: Embora exista, é subnotificada. A violência doméstica contra homens existe, mas o amparo legal e institucional é limitado em comparação ao que é oferecido às mulheres.
- Saúde mental masculina: O Brasil tem altas taxas de suicídio entre homens, especialmente jovens e idosos, mas as políticas públicas ainda focam majoritariamente em mulheres.
- Homens trans: Sofrem violência e exclusão, mas raramente aparecem nas estatísticas oficiais
Por que isso acontece?
- Cultura do silêncio: Homens são ensinados a “aguentar firme”, o que dificulta a denúncia.
- Falta de políticas específicas: A maioria dos programas de proteção e acolhimento são voltados para mulheres, isso deixa lacunas para outras vítimas.
- Estigma social: Ser homem e vítima de violência ainda é visto como “fraqueza” por muitos, o que desestimula a busca por ajuda. (especialmente quando o próprio sistema não oferece caminhos claros, seguros ou eficazes para que ele o faça)
O que isso revela?
- A justiça ainda opera com base em estereótipos de gênero.
- Homens são vistos como agressores em potencial, raramente como vítimas.
(Embora a maioria dos homens não seja agressor, o discurso público muitas vezes generaliza e cria uma imagem de que o homem, por padrão, é o potencial agressor. Isso não só é injusto como também atrapalha o combate real à violência)
- A falta de dados e políticas públicas voltadas para homens perpetua a invisibilidade.