Primeiro de tudo: Choquei não é jornal, é uma máquina de boatos com conta verificada. Já espalharam tanta fake news que mereciam um prêmio de “rádio corredor” digital.
Segundo: tudo o que esse homem falou já estava sendo dito há tempos — por religiosos, gente de bairro ou até pela sua tia fofoqueira. Mas, como o ser humano médio precisa de um pastor digital, foi preciso um influenciador fazer um vídeo para que o curral exclamasse “nossa, olha só que absurdo” — algo que eles mesmos ignoravam antes, enquanto viviam em plataformas como TikTok, Instagram ou Kwai, onde todo mundo se sexualiza o tempo todo. Por escolha.
Voltamos ao episódio da COVID-19, quando “energias boas”, “a vida tem valor” e “fique bem” se tornaram um surto de moralidade temporária; ou ao episódio antirracismo, quando celebridades nacionais tiravam fotos segurando bananas nas mãos.
Para piorar, ainda vem o governo brasileiro — supostamente de esquerda — criar uma medida porque o Felca postou um vídeo de quase uma hora sobre sexualização infantil. Sim, algo que já estava na cara de quem usa redes sociais ou mora na periferia… e que, muitas vezes, ainda achava normal ou até divertido. Já dizia a princesa Isabel, na época da abolição da escravidão: "é bem fadigante amparar pobre"
E, para completar a ópera, o deputado Eric Hilton sobe no microfone gritando feito um porco no abate — modo fã do Pabllo Vittar ativado — para falar de “proteger nossas crianças”.
Enfim, isso infelizmente será esquecido em breve, assim como a Ilha de Marajó, ou se tornará viés de estratégia política para época de eleições. Precisamos de revolução, e enquanto isso não ocorre, sugiro apenas passar a pipoca, porque a vergonha coletiva não tem intervalo comercial e, diferente da China — que está intensificando medidas contra a pornografia para proteger jovens e adultos, banindo-a do país, sem influência externa—, o nosso governo precisa que celebridades sugiram o óbvio para ele.