Se eu estivesse no seu lugar, acho que a primeira coisa que eu faria seria parar e me escutar de verdade. Você está num relacionamento que tem pontos positivos — como a parceria, o cuidado no dia a dia, o esforço mútuo em algumas coisas — mas ao mesmo tempo, você sente falta de emoção, de liberdade, de desejo, de algo mais vivo. Isso não é pouca coisa.
O fato de vocês estarem construindo uma casa juntos é um passo grande, mas isso não deve ser um motivo pra se prender a algo que está te deixando confusa. Amor de verdade não é só “funcionar como dupla”, mas também sentir vontade, entusiasmo, conexão emocional e física. A rotina pesa em qualquer relação, mas quando o desejo some, quando você sente saudade da sua própria liberdade, é sinal de que algo está gritando aí dentro.
Sobre o sexo, isso também é importante. O jeito que ele tem agido não é só sobre tesão — é sobre intimidade e conexão. O distanciamento dele, as desculpas, a frieza... tudo isso mexe com você, e com razão. E se você está se perguntando se ainda ama ou não, talvez a resposta já esteja aparecendo, mesmo que você ainda não queira encarar de frente.
Você não precisa tomar nenhuma decisão radical agora, mas também não pode continuar ignorando o que sente. Tenta conversar com ele — de verdade, com sinceridade, sem cobranças — e vê se ele também está sentindo esse peso. Se sim, talvez ainda dê pra reacender algo. Se não, talvez o caminho seja o da coragem: se libertar pra se reencontrar.
Ficar por medo de se arrepender geralmente leva a um arrependimento maior lá na frente: o de ter se traído. Então, pensa com carinho. Pergunta pra si mesma: "se eu pudesse escolher agora, sem medo, eu ficaria ou iria?" A resposta costuma vir no silêncio, mas ela vem.