Eu sinto muito amor, plenitude, paixão,e fico me sentindo leve como uma pluma,meu ódio vai embora.
Vontade de beijar ele,de morder,de ficar agarradinha, sentir a pele, fazer carinho. Tomar um banho bem gostosinho junto com meu amor todinho.
Nudez, último véu da alma
que ainda assim prossegue absconsa.
A linguagem fértil do corpo
não a detecta nem decifra.
Mais além da pele, dos músculos,
dos nervos, do sangue, dos ossos,
recusa o íntimo contato,
o casamento floral, o abraço
divinizante da matéria
inebriada para sempre
pela sublime conjunção.
Ai de nós, mendigos famintos:
pressentimos só as migalhas
desse banquete além das nuvens
contingentes de nossa carne.
E por isso a volúpia é triste
um minuto depois do êxtase