anônima
anônima
20/05/2020 16h43

Sou adulta e responsável o suficiente para garantir que isso não viesse a acontecer. Evitar

filhos, para mim, não é apenas uma questão de evitar estresse e responsabilidades. Eu tenho fortes razões morais para jamais querer sequer ficar grávida. Eu acho o mundo um lugar odioso; a natureza é violenta; a própria lei da vida, que garante que você vai morrer um dia, torna tudo isto sem sentido. Seria muita falha de caráter da minha parte trazer ao mundo um ser humano tendo uma visão tão pessimista como eu tenho.

Não tenho vida sexual, mas se um dia eu vier a ter, combinarei, no mínimo, dois métodos contraceptivos, enquanto não consigo minha laqueadura e, meu cônjuge, uma vasectomia.

Mas imaginando esta horrível situação hipotética na qual eu chegasse a engravidar: infelizmente eu não abortaria. O filho iria nascer e eu viveria eternamente arrependida e envergonhada por ter cometido tamanha imoralidade — que é conceber um filho de maneira não-planejada.

Eu não abortaria, mesmo sendo 100% a favor do aborto, porque eu simplesmente não saberia como fazer isso. Eu não iria arriscar minha saúde ao tentar um aborto clandestinamente. Também não gostaria de correr o risco de ser presa, caso fosse descoberta. Eu preferiria agir conforme a lei e assumir o meu erro, dedicando-me à criança e fazendo de tudo para dar uma boa crianção a ela, mesmo achando que o melhor seria interromper o nascimento dela ou mesmo morrer junto.