Aquele bar que toca blues, com ambiente agradável, uma luz que tem peso, é leve,

de baixo pra cima, ao mesmo tempo que se escurece, parece tocar você, e toca no ritmo da música, melodia apenas, dedilhados secos mas extremamente sonoros, que penetra na pele e junto com a luz faz arrepiar. Não percebo e meus olhos fecham, não pra ouvir, mas pra sentir…não a música apenas, mas você, que está em minha frente, ao abrir os olhos o desembaçar da vista vai do meio para seu contorno, e para, pois o resto em volta não interessa, fica assim mesmo, embaçado. Admiro cada movimento seu, como passa a mão nos cabelos, que parecem infinitos ao deslizar por entre seus dedos, um pouco molhados ainda e com um perfume que minha mente não quer esquecer, pois sentiu ao te cumprimentar. Como seus olhos piscam de tempo em tempo e ainda sim me surpreende a cada momento pelo brilhar. Como o ar invisível se atreve a passar pelo seus lábios, rosados e imantados, a me atrair/falar: que música boa! - muito boa. Mal sabe ela que é a única coisa que consigo pensar, além daquele rosto a me flertar. Não posso parar de predestinar, a minha mão a te tocar, mas a ansiedade tem que esperar, nosso primeiro encontro, acabou de começar.