28/12/2025 17h53

Nunca assisti, mas pelo que eu conheço de Bardot, sua relevância não está atrelada aos

trabalhos dela como atriz, mas a repercussão internacional que ela teve na década de 1950, no filme Deus Criou a Mulher, ao revolucionar a imagem da figura feminina no cinema e impactar diversos países conservadores. Naquela época, mulheres não tinham muita liberdade de se expor abertamente em obras audiovisuais, a ponto de gerar tanta polêmica na grande mídia e este filme mudou o patamar das mulheres neste setor.

Um detalhe curioso é que o marido dela dirigiu aquele filme, então ele certamente tinha uma visão mais liberal sobre a mulher, o que contribuiu para que as mulheres pudessem ter o protagonismo e a liberdade de se expor como quiserem, mesmo que isso acabasse levando a sexualização do corpo delas, outra discussão posterior que serviu como base para atrair um público masculino.

Aqui no Brasil quem começou a ter uma visão mais liberal sobre a mulher foi o escritor Jorge Amado, quando ele criou o livro Gabriela, de Cravo e Canela, no final da década de 1950, provavelmente pela influência global do filme de Bardot. Esta obra foi adaptada por novelas da Globo, e seus direitos patrimoniais foi adquirida pela Warner na década de 1980. A personagem Gabriela era uma mulher que tinha muita liberdade pra agir como quisesse, ainda que isto despertasse tamanha atenção masculina. São obras que fizeram as mulheres deixarem o conservadorismo de lado pra serem mais livres.