Mais do que grave, é mortal. Pecados mortais ocorrem quando alguém, com pleno conhecimento e

consentimento, escolhe algo gravemente desordenado, preferindo um bem inferior a Deus, que é o fim último e a beatitude do homem. Isso rompe deliberadamente a relação de amor e amizade com Deus, destruindo a caridade no coração da pessoa e privando-a da graça santificante. É uma ruptura profunda que, se não for perdoada antes da morte, leva à condenação eterna, pois equivale a uma "morte espiritual" que separa a alma de Deus. Isso porque, em essência, o pecado mortal não é apenas uma falha moral, mas uma rejeição consciente do amor de Deus, comparável a uma apostasia interior que escolhe o egoísmo ou a criatura em vez do Criador. E Deus não quer, não pode e não vai forçar ninguém a aceitá-Lo, pois não é um tirano e respeita o nosso livre-arbítrio.

A Igreja ensina que a sexualidade humana foi criada por Deus com uma finalidade intrínseca e inseparável: unir os esposos em amor (fim unitivo) e estar aberta à geração de vida (fim procriativo). Esses dois aspectos não podem ser separados, pois refletem a unidade substancial entre corpo e alma no ser humano.

Esses fins são inseparáveis porque a sexualidade humana é uma unidade hilemórfica (matéria e forma unidas), onde o procriativo (corporal) informa e é elevado pelo unitivo (espiritual), e vice-versa. Qualquer tentativa de priorizar um em detrimento do outro leva a uma visão dualista e fragmentada da pessoa.

Apenas no matrimônio pode ocorrer a entrega recíproca e total do corpo e da alma entre os esposos. Nele, é realizado um compromisso permanente e exclusivo. Fora do casamento, relações podem ser baseadas em atração temporária ou conveniência, o que reduz o outro a um objeto de prazer e impede a doação plena, podendo terminar abruptamente e causar feridas emocionais.

Se dois se amam tanto, por que não casam?