Antes, no domingo a noite, só sentia uma tristeza confortável até. Agora eu sinto meu corpo inteiro se enrijecer, como se alguém estivesse torcendo meus músculos por dentro. Minhas articulações parecem contrair sozinhas, estalam sem que eu me mexa. Basta pensar que a semana vai começar de novo para um peso subir pelo meu peito, para um tremor rastejar pela minha coluna. Tento respirar fundo, mas o ar entra áspero. É uma agonia física, uma resistencia do meu próprio corpo ao simples fato de existir amanhã.
