Acreditam ser um conceito legítimo e pertinente ou mais uma bobagem progressista e confusa?
Existe, mas é muito mais complexo do que você acha e também muito mais complexo
do que o progressista médio acredita ser.Resumindo bem resumido, dá pra destrinchar o termo em dois conceitos bem diferentes (pode ler, não é blá-blá-blá de IA igual do outro cara), um que surge com a tentativa de relacionar um dialeto a um subgrupo social (seja por classe, subcultura ou região) e o outro tenta discernir a capacidade de um indivíduo de usar a língua padrão.
O progressista tende a reconhecer corretamente só o primeiro tipo e confundir o segundo com o primeiro, já que pra ele tudo é uma questão de classe.
O segundo tipo, na linguística, denota uma ignorância total dos fenômenos linguísticos. O primeiro, o contrário: denota o conhecimento (quando a relação do dialeto com o subgrupo está correto) das diversas formas em que a língua se apresenta.
Quando um indivíduo ouve alguém falar "nóix vai" e despreza o falante por relacionar essa forma de falar com um favelado carioca, ele está cometendo a primeira forma de "preconceito linguístico", coisa reconhecida como preconceito linguístico e desprezada pela maior parte dos progressistas, mas não pela linguística neutra (apolitizada) - muito pelo contrário: se um favelado carioca fala assim, o indivíduo está correto, não necessariamente pelo desprezo, que é irrelevante à ciência, mas por relacionar o dialeto a esse subgrupo. Mas se esse indivíduo desprezar o falante por acreditar que a única forma de expressar a ideia de várias pessoas "irem" seria falando "nós vamos", aí sim, ele estaria cometendo preconceito linguístico conforme um linguista mais provavelmente reconheceria. A mesma frase "errada", mas depende do pensamento do ouvinte.