Como ficam os sentimentos nessa hora.

anônima
Ano passado um parente meu contraiu um câncer. Eu logo me coloquei para ajudar com
os custos do tratamento, da quimioterapia, dos remédios, da consulta. Isso durou por alguns meses. Eu levava ele ao hospital, nos sábados, para fazer a quimioteparia. Alguns sábados a quimioterapia era em casa, então não precisava. Por volta de maio ou junho do ano passado, em mais um sábado da nova rotina que invadiu nossas vidas, tivemos um diálogo que eu nunca vou esquecer.Nele, meu parente me disse que aquele tratamento era tudo em vão, que não havia escapatória. Que estava se submetendo a química pesada e ao ônus que aquilo tudo gerava apenas para dar um pouco de esperança para minha mãe, minha família. Enquanto aquele líquido laranjado entrava via acesso intravenoso, um silêncio imperou naquela sala. Olhávamos um para o outro com a certeza de que aquilo era a linha final. Que estávamos apenas seguindo um script socialmente aceito. No fundo, tanto ele quanto eu sabia como tudo terminaria. E terminou.