Isso se chama fetichização de uma etnia. Muitos homens passaram a “apreciar” mulheres asiáticas após

a popularização de termos como “asiática peituda”, “asiática gordinha” — sendo que, no contexto do Japão, onde o padrão dominante é a magreza extrema, qualquer corpo com curvas já se torna um “defeito". O curioso é que os asiáticos mais idolatrados na internet — incluindo mulheres associadas ao estereótipo coreano do K-pop — não representam a maioria real da população. A Ásia é composta por povos diversos, com raízes indígenas e traços próprios, mas esses asiáticos comuns raramente são valorizados, justamente porque não correspondem à ideia de “delicadeza” imposta pelo padrão hegemônico.

Além disso, países como Coreia do Sul e China, após a explosão da pop culture, se tornaram referências globais de estética — mas também centros de uma indústria que lidera em número de cirurgias plásticas e na venda de produtos para clareamento da pele. Tudo isso para aproximar corpos e rostos de um padrão estético eurocêntrico. Ou seja, não se trata de uma atração genuína por asiáticos, mas de uma fetichização da etnia e, no fim das contas, da mesma velha busca por traços europeus, é "cultural" que com 16 anos na Coreia do Sul, os habitantes ganhem dos pais cirurgias plásticas de presentes. Agora, um asiático comum de pele amarelada, nariz largo, olhos sem pálpebra dupla, é considerado horroroso, mas esses traços são os mais próximos de suas origens, não o contrário.