É que cada pessoa é diferente, né? Existem vários transtornos que também deixam a gente

deprimido, e cada um tem gatilhos diferentes.

No meu caso, quando estou em crise, eu não consigo ver ninguém, nem conversar, nem olhar no olho de ninguém. Sinto necessidade de ficar sozinha.
Mas, ao mesmo tempo, saber que tem alguém preocupado comigo, alguém atento, por mim, mesmo sem interagir diretamente, já me ajuda bastante.
Às vezes, um abraço me deixa desconfortável… não tolero muitos toques, mas tem momentos em que eu preciso de um abraço e vou até a pessoa. Eu sei que isso é difícil de compreender, porque parece que estou negando ajuda, mas na verdade o que mais eu quero é ser ajudada, só também não sei como. Às vezes só o fato da pessoa perceber que está tudo um caos e se oferece para fazer algo por mim, como arrumar alguma coisa em casa ou me ajudar a começar uma tarefa que eu não tô conseguindo começar... Mesmo que eu não aceite, só a oferta já é reconfortante.

No desespero dos amigos, às vezes escutamos coisas que desagradam, pessoas querendo dar soluções simples para os nossos problemas ou conselhos prontos como se fosse algo muito fácil de resolver, não considerando a nossa realidade.

Minha cabeça, nesses momentos, é um caos. Eu sei que desse caos eu preciso sair sozinha, mas às vezes só queria que alguém pudesse acessar minha mente e reorganizar tudo, tipo aquele programa dos acumuladores compulsivos. Eles não resolvem a causa, mas criam um ambiente com mais qualidade de vida.
Acho que ajudar alguém em depressão é isso: não dá pra curar, mas dá pra ajudar a segurar as estruturas para que a pessoa não desmorone mais ainda.

Desculpa o textão