Há quem diga que a ausência de amor é uma falha temporária, que cedo ou tarde a vida se ajusta, como um acidente estatístico. Mas depois de vinte e cinco anos, o que se acumula não é esperança, mas a constatação de que talvez não haja nada a ser ajustado. É só isso: vazio empilhado sobre vazio, e no meio um corpo que continua vivendo por pura inércia.
Ele esteve em festas, bares, salas de aula, corredores de supermercado. Ele foi visto. Falou, riu, respondeu. Houve amizade, sim. Amizade como o curativo barato que se coloca sobre uma amputação. Mas nunca o outro olhar, nunca a reciprocidade que arrasta duas pessoas para fora do cotidiano.
E então o pensamento começa a ganhar uma qualidade quase mística: como se houvesse um selo invisível colado à testa — não desejável, não amável. Algo que não se escolhe, que não se controla. O pior não é a ausência em si, mas a repetição implacável da ausência. O padrão. O eco contínuo do nada. Cada nova conversa, cada novo contato, no fim retorna ao mesmo ponto: amizade neutra, afeto estéril, nenhuma fagulha. Como se a vida fosse um programa fechado, e o código escrito já tivesse definido o desfecho. E o desfecho não é a morte, nem a tragédia. É pior. É a sobrevivência arrastada sob o peso de uma certeza: de que nada virá, de que não há narrativa de redenção, de que o tempo só confirma o nunca.
E o nunca é uma palavra que não faz barulho. Ela apenas fica ali, sentada na sala, esperando.
Ele esteve em festas, bares, salas de aula, corredores de supermercado. Ele foi visto. Falou, riu, respondeu. Houve amizade, sim. Amizade como o curativo barato que se coloca sobre uma amputação. Mas nunca o outro olhar, nunca a reciprocidade que arrasta duas pessoas para fora do cotidiano.
E então o pensamento começa a ganhar uma qualidade quase mística: como se houvesse um selo invisível colado à testa — não desejável, não amável. Algo que não se escolhe, que não se controla. O pior não é a ausência em si, mas a repetição implacável da ausência. O padrão. O eco contínuo do nada. Cada nova conversa, cada novo contato, no fim retorna ao mesmo ponto: amizade neutra, afeto estéril, nenhuma fagulha. Como se a vida fosse um programa fechado, e o código escrito já tivesse definido o desfecho. E o desfecho não é a morte, nem a tragédia. É pior. É a sobrevivência arrastada sob o peso de uma certeza: de que nada virá, de que não há narrativa de redenção, de que o tempo só confirma o nunca.
E o nunca é uma palavra que não faz barulho. Ela apenas fica ali, sentada na sala, esperando.
Vc só vai ser amado por seus pais , talvez um amigo( a) próximo
E
por namorada/ esposa Se nunca teve relacionamento não tem como ser amado nessa área