Compreenda que tudo depende do contexto. Não há mal algum em desejarmos nos relacionar com

alguém que consideramos atraente — trata-se, inclusive, de algo esperado. O problema manifesta-se quando a escolha se fundamenta unicamente no interesse físico, desconsiderando um fato biológico inexorável: a beleza é passageira, camarada, e o que perdura é a personalidade — reduzindo-se, assim, a um viés de notável jeguice.

Se for o primeiro caso, suspeito que você esteja demasiadamente imerso nas estéticas femininas propagadas nas redes sociais, onde somos incessantemente bombardeados por imagens “perfeitas” e meticulosamente editadas. Tal exposição, ou influências de natureza semelhante, pode levá-lo a perceber a mulher bela como símbolo de status social e instrumento de autoafirmação — fenômeno particularmente recorrente entre o público masculino juvenil e os homens de minha geração.

Portanto, quando esse se torna o critério determinante para o início de um relacionamento, o desfecho provável é o fracasso — tal como sucede com aqueles que idealizam romances inatingíveis, inspirados em clichês ou nas tramas de Shakespeare.