É verdade que os homens tendem a amar intensamente apenas uma vez na vida, e depois disso, seus relacionamentos são mais baseados em conforto e hábito do que em paixão verdadeira?
De onde surgem essas ideias? Qual seria a base psicológica, antropológica ou neurocientífica para afirmar
que um homem só é capaz de amar verdadeiramente uma única mulher?A vida real não funciona como um conto de fadas com “príncipe (ou princesa) encatado”, “alma gêmea” ou “par ideal”. A vida é feita de experiências, fases e escolhas. Em cada relacionamento que tive, amei de verdade a pessoa com quem estava. Cada uma tinha características únicas que despertaram sentimentos sinceros em mim. E eu também era alguém diferente em cada fase, com aprendizados, perspectivas e necessidades distintas.
O que acontece é que algumas pessoas, homens e mulheres, se machucam emocionalmente e acabam se fechando. Preferem se fechar para novas experiências ao invés de arriscarem se expor. O medo de se machucar novamente se torna maior que a vontade de estabelecer uma real parceria, impedindo que se entreguem a um novo amor. Mas isso não é uma regra sobre o ser humano, é um reflexo de dor não elaborada. E nesse caso, o caminho é buscar autoconhecimento (ou terapia), não criar generalizações.
Dito isso, é claro que desejo encontrar alguém com quem eu construa um vínculo profundo e verdadeiro. Alguém que desperte em mim a vontade de ficar, crescer e dividir uma vida. Mas esse amor será fruto de escolha, reciprocidade e entrega, e não de uma ideia mítica de que só se ama uma vez.