Você precisa ponderar tudo com muito cuidado. Precisa saber exatamente onde está pisando, entender o

que essa escolha pode significar a longo prazo. Porque amar alguém que luta contra o álcool é uma estrada cheia de buracos e, às vezes, mesmo com todo o amor do mundo, a gente não consegue impedir a queda.
Você precisa fazer terapia, fortalecer sua base, entender seus limites antes que eles se dissolvam na rotina de cuidar de quem talvez ainda nem esteja pronto para se cuidar.
Você precisa se observar, se proteger.

Ele tem rompantes de agressividade? Coloca você em perigo? Ou a convivência é leve, apesar do vício? Porque o vício não é constante, ele oscila e justamente por isso machuca tanto. Um dia é carinho, no outro é caos. E você vai se ver tentando consertar o que não causou.

É importantíssimo que você entenda: você não pode mudar ninguém.
Nem com amor, nem com presença, nem com promessas. A vontade de mudar precisa vir dele, de dentro, acompanhada de força, apoio profissional, e muitas vezes de recaídas.
E, infelizmente, o álcool pode ser mais forte que o sentimento, por mais real e profundo que ele seja. Isso acontece.

Você pode até acreditar que dessa vez será diferente. Que com você ele vai conseguir. Que seu amor vai curar. Mas essa esperança pode acabar te quebrando aos poucos.
Você não pode carregar esse vício nas costas.
Você merece um amor que não precise ser resgatado todos os dias.
Se ele quiser mudar, tem que mudar por ele. Não por você. E se um dia, sóbrio, inteiro, ele souber o valor do que perdeu, talvez seja tarde.
Mas talvez você também já esteja em paz.