Concordo que, sem companheirismo e cumplicidade, um casamento não dura. Muitas pessoas crescem romantizando relacionamentos,

acreditando em contos de fadas e na ideia de uma alma gêmea que trará felicidade eterna. No entanto, a realidade é bem diferente. Esse amadurecimento é difícil porque somos influenciados por filmes, novelas e livros (etc) que mostram o amor como algo capaz de superar qualquer dificuldade. Na vida real, relacionamentos exigem dedicação, amor, carinho, respeito mútuo, paciência e lealdade, qualidades que são constantemente testadas ao longo do tempo.

O amadurecimento vem com a experiência, e é essencial se permitir viver, se relacionar e aprender tanto sobre si mesmo quanto sobre os relacionamentos. É fundamental entender que eles não precisam ser como nos contos de fadas para serem bons. Relacionamentos são jornadas de aprendizado mútuo, onde os dois erram e acertam juntos, sempre com o objetivo de crescer lado a lado.

Quanto ao sexo, que é o ponto central da sua pergunta, é natural que ele diminua com o tempo. Existe até uma explicação neuroquímica para isso. Resumidamente, no início de uma relação há um "boom" de neurotransmissores que aumentam a sensação de bem-estar e prazer, regulam hormônios ligados à libido e intensificam o desejo sexual. Com o passar do tempo, esse estímulo da paixão vai diminuindo, e o cérebro atinge certos "plateaus". Outro fator, em casamentos longos, é normal que a libido diminua naturalmente com a idade. Quando jovens, temos níveis hormonais mais altos e maior energia sexual; com o envelhecimento, esses fatores mudam gradualmente. A combinação desses aspectos faz com que o sexo entre um casal tenda a diminuir ao longo dos anos. Por isso, se não houver admiração mútua, companheirismo genuíno e amor entre o casal, dificilmente o casamento resistirá a essas mudanças, ou resistirá apenas de forma conturbada por outras razões como filhos, crenças religiosas ou comodismo.