A beleza é considerada relativa porque o que achamos atraente ou não depende muito dos

padrões fenotípicos e comportamentais aos quais somos expostos ao longo de nosso desenvolvimento. Por essa perspectiva, é comum que você ache um rapaz bonito enquanto uma amiga sua não o considera atraente, e vice-versa.

No entanto, há um problema histórico significativo relacionado aos padrões de beleza. Ao longo dos anos, muitos grupos étnicos e culturas inteiras foram sub-representados na maioria das mídias. Um exemplo notável é Hollywood. O primeiro grande filme produzido, "The Birth of a Nation", retrata homens brancos da Ku Klux Klan como heróis que protegem o povo americano de "negros desalmados". Durante muito tempo, filmes, livros e novelas destacaram personagens brancos, com padrões europeus, como os mais charmosos e belos, enquanto outros grupos, quando apareciam, frequentemente ocupavam papéis secundários ou eram ridicularizados. Poderia citar inúmeros exemplos disso, mas um que gosto de mencionar é o de H.P. Lovecraft. Este autor criou uma narrativa de horror fantástica, com uma mitologia própria que inspirou várias outras obras. No entanto, ao ler seus livros, fica evidente como ele aborda a cultura à qual pertencia de maneira supremacista.

Portanto, há um problema sério de representatividade. Recentemente, vi que muitas pessoas estranharam o fato de uma mulher ter ganho um concurso de miss (não lembro onde, pois não acompanho esse tipo de conteúdo) apenas porque ela não tinha o fenótipo que consideram bonito e que deveria ser perpetuado. Falta um senso crítico e sensibilidade para compreender os problemas estruturais da nossa sociedade, mas muitos preferem fechar os olhos e desmerecer como "mimimi". Isso é mais fácil do que assumir responsabilidade e aceitar que precisam mudar visões

Além disso, existe um campo da filosofia chamado estética que discute essas questões desde tempos antigos. Vale a pena explorar esse assunto se você tiver interesse em se aprofundar.