Há um experimento bastante interessante realizado pelo professor de psicologia Bruce Alexander. Na experiência, Alexander

colocou dois ratos sozinhos em uma gaiola, contendo um pote de água potável e um pote de água com cocaína. Ao longo do tempo, Alexander observou que os ratos consumiam apenas a água 'batizada', em vez da água potável. Esse resultado levou à identificação de um equívoco no experimento: os ratos ficavam sozinhos na gaiola, sem nenhuma atividade para realizar. Como alternativa, eles utilizavam a droga e experimentavam alguns momentos de euforia.

Algum tempo depois, ele repetiu o experimento; contudo, dessa vez, ele inseriu na gaiola brinquedos, comida em abundância e outros ratos para socializarem e se reproduzirem. Assim como antes, também foram colocados os dois potes de água – potável e batizada. Diferentemente da primeira vez, observou-se que a porcentagem de ratos que consumiram a água batizada caiu para quase 0%. Isso demonstra que a droga não era necessária aos animais quando eles desfrutavam de laços sociais, níveis adequados de dopamina e atividades de lazer.
Penso que o seu primo não pode ser exatamente classificado como um viciado; ele é mais comparável a um pássaro triste em uma gaiola, que se refugia e cria laços afetivos com substâncias químicas para escapar de uma possível situação que ele não pode controlar ou que detesta.